STAND 1.2

TOO OLD TO DIE YOUNG

HENRIQUE PAVÃO & 
HORÁCIO FRUTUOSO

30.08.2020

I - selvajaria
por entre as grades da mezzanine do stand
os olhos do jaguar
fast until lose the shape
o ar corta-se à faca e o verde do concessionário
localiza-nos. estamos no seu habitat natural

de todas as verdades escolho esta: a velocidade
a escorrer a forma

II - LA
em LA não se caminha, as pessoas não se
cruzam na rua acidentalmente. não se esbarram
umas nas outras. em LA torce-se a cidade à
máxima velocidade sobre um chassi poderoso.
quando os carros batem é porque as pessoas se
querem encontrar.

de todas as verdades escolho esta: o arranque
seco do motor esfomeado

III - too old to die young
os néons do stand levam-nos para a cidade da
fantasia. aqui como lá estamos entre carroçarias
de metal. às 4h da manhã passa um programa na
rádio sobre vida selvagem. ontem à noite diziam
que os jaguares podem atingir até 235km/h. é esta
a única forma de ganhar à cidade.

de todas as verdades escolho esta: o braço
esquerdo mais moreno do que o direito depois de
atravessarmos o deserto de carro até à costa

filipa



fotografias © Frederico Gomes
Agradecimentos especiais:
Cleon



HENRIQUE PAVÃO
Henrique Pavão (Lisboa, 1991) é licenciado em Escultura pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa (2013) e obteve o Mestrado em Artes Visuais (MFA) pela Malmö Art Academy (2016 – Professor Joachim Koester)
Recebeu bolsas da Fundação Calouste Gulbenkian (2015) e da Royal Academy of Arts Stockholm (2016). Em 2016 foi galardoado com o Prémio Edstrandska Stiftelsens e nomeado para o Prémio Novo Banco Revelação da Fundação de Serralves. Este ano Henrique Pavão foi nomeado para a 13ª edição do Prémio Novos Artistas da Fundação EDP.
Exposições individuais selecionadas: Apollo (2AM) (2019), Porta 14, Lisboa PT. Almodôvar Mirror-Site (2019), com curadoria de Sérgio Fazenda Rodrigues, SE8 Gallery, Londres UK. Now I Became Aged (2018), com curadoria de Sérgio Mah, UMA LULIK__, Lisboa PT. Unfinished Past (2018), com curadoria de Luiza Teixeira de Freitas, SP Arte – Sector “Solo”, São Paulo BR. antes e depois de antes (2017), com curadoria de Delfim Sardo, Culturgest Porto PT. Wherever I am not is the Place Where I am Myself (2017), Appleton Square, Lisboa PT. Fallen Between Cracks (2016), Galeria KHM, Malmö SE.
Exposições colectivas seleccionadas: Depois do Estouro (2019), com curadoria de Tomás Abreu, Galeria Municipal do Porto PT. Tomar a Verdade, #1 para 4 (2019) UMA LULIK_, Lisboa PT. Focus (2019), com curadoria de João Ribas, Metro Toronto Convention Centre, Toronto CAN. Prémio Novos Artistas da Fundação EDP (2019), com curadoria de Inês Grosso, Sara Antónia Matos e João Silvério, MAAT, Lisboa PT. AnoZero’17, Bienal de Coimbra (2017), com curadoria de Delfim Sardo e Luiza Teixeira de Freitas, Coimbra PT. Edstrandska Stiftelsens Stipendiater (2016), com curadoria de Gertrud Sandqvist, KHM Gallery, Malmö SE.
Vive e trabalha em Lisboa.

HORÁCIO FRUTUOSO
Nasceu em 1991 no Porto, Portugal. Atualmente vive e trabalha entre Lisboa e Porto. Licenciado em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, instituição que lhe atribuiu o prémio aquisição de Artes Plásticas em 2012/2013. Tem também formação profissional em técnicas de produção e fusão de vidro soprado e com molde, pelo CENCAL da Marinha Grande. Foi membro do grupo académico de investigação em performance SINTOMA, pertencente ao i2ADS da FBAUP. Co-autor do projecto artístico Expedição onde entre 2013 e 2015, produziu e programou diferentes projectos desde exposições individuais a colectivas, performances, residências, email-art, publicações e colaborações com instituições e espaços artísticos independentes. Na produção do seu trabalho recorre a diferentes meios, estruturando a sua prática a partir do pensamento e organização de uma pintura, onde cruza com o design gráfico ou a produção de imagens digitais e performance. Expõe regularmente desde 2011, colaborando com outros artistas em diferentes projetos e exposições, destacando-se as seguintes: O que Eu sou exposição, coletiva da coleção da Fundação EDP, MAAT, (2017), White Horse, Bregas, Lisboa, (2016); ZULULUZU FO’SHO, colaboração com Teatro Praga para o espetáculo ZULULUZU, (2016); Black Dolphin, colaboração com Tiago Alexandre Walk&Talk S. Miguel, Açores (2016).